terça-feira, 22 de novembro de 2011

O ato conjugal no matrimônio: A Igreja não trabalha com um manual mas com princípios e conceitos


Por Maite Tosta / Veritatis Splendor
Uma vez convertidos, e iniciando um aprofundamento da doutrina católica, naturalmente os casados – e da mesma forma os noivos e namorados – se preocupam que a sua vivência – presente ou futura –da sexualidade esteja igualmente dentro dos limites da moralidade católica. Tal preocupação é louvável. No entanto, devemos levar em conta alguns pontos, quando se reflete sobre esse assunto.
O hinduísmo, por exemplo, tem um manual de práticas sexuais, o famoso “Kama Sutra”. Porque essa religião oriental assim o fez? Podemos nós católicos nos utilizar desse manual?
Para os hindus, os pilares da vida material são Artha (economia e riqueza), Kama(estética e prazer), Dharma (justiça e religião) e Moksha (liberação), devendo o hindu que busca o equilíbrio investir igualmente em todas essas áreas. Para o hinduísmo, não existe o conceito de salvação pela graça, o homem deve trilhar seu caminho, com práticas religiosas, orações, yoga, ascese, até conseguir atingir – por esforço próprio – o nirvana, superando o ciclo de reencarnações.
As orientações contidas no Kama Sutra estão permeadas de filosofias e ensinamentos da religião hindu, além do que, nem todas as práticas recomendadas serão compatíveis com a moral católica, o que o descarta como possível manual de sexualidade pelo casal católico.
O catolicismo, por outro lado, não tem um manual de práticas sexuais. Não há listas, muito menos ilustrações, do que é lícito ou não. A moral católica trabalha com conceitos e princípios, que nós, através de um exercício mental, devemos aplicar.
Para termos a real noção do que é a sexualidade no matrimônio, podemos iniciar com os seguintes questionamentos:
O que significa o matrimônio e a relação sexual no plano divino? Para que Deus os criou? Qual a Sua intenção? Qual o modelo que temos para viver a relação sexual no matrimônio? Qual o contexto que me realiza como pessoa na vivência da relação sexual?
Primeiramente, cabe desfazer o mito de que “sexo é sujo”.
“Seja bendita a tua fonte! Regozija-te com a mulher de tua juventude, corça de amor, serva encantadora. Que sejas sempre embriagado com seus encantos e que seus amores te embriaguem sem cessar! ” (Provérbios 5,18-20)
O casamento não é uma questão periférica na vida cristã, mas sim, encontra-se no centro do mistério. Por meio de sua analogia, comunica o mistério de Deus.
“A Sagrada Escritura começa com a criação do homem e da mulher à imagem e semelhança de Deus e conclui com uma visão das ‘núpcias do Cordeiro’. As Escrituras falam do começo ao fim sobre o casamento e seu ‘mistério’, sua instituição e o significado que Deus lhe deu, sua origem e seu fim, … as dificuldades em se erguer do pecado, e sua renovação ‘no Senhor’”. Do começo ao fim do Antigo Testamento, o amor de Deus por seu povo é descrito como o amor de um esposo por sua noiva. No Novo Testamento, Cristo encarnou este amor. Ele veio como o Noivo Celeste para unir-se indissoluvelmente à sua Noiva, a Igreja.[1]
Diz o Papa João Paulo II: “Neste mundo inteiro não há uma imagem mais perfeita da União e Comunidade de Deus. Não há nenhuma outra realidade humana que corresponda melhor, humanamente falando, àquele mistério divino”[2].
O Sacramento do matrimônio consiste, basicamente, na livre troca de consentimento adequadamente testemunhada pela Igreja. A união sexual consuma este sacramento — completa, aperfeiçoa. Através da união sexual, portanto, as palavras dos votos matrimoniais tomam corpo. Para que a união sexual seja legítima, no matrimônio, são requisitos a livre concordância com uma união de amor indissolúvel, fiel e aberta aos filhos.
O ato sexual deve atender a dois aspectos, o unitivo e o procriativo. O unitivo reflete o dom de entrega total entre os esposos, e o procriativo implica na abertura à geração de filhos.
“O corpo tem um significado esponsal porque revela o chamado do homem e da mulher a se tornarem dom um para o outro, um dom que se realiza plenamente na sua união de ‘uma só carne’. O corpo também tem um significado generativo que, se Deus permitir, traz um “terceiro” através desta união.” [3]
Sobre a moralidade do sexo no matrimônio, Christopher West escreve, baseando-se nas catequeses de João Paulo II (grifos meus):
João Paulo II diz que nós “podemos falar sobre moral bem ou mal” no relacionamento sexual “de acordo com o quanto ele possui… ou não o caráter de verdadeiro sinal”. Em resumo, nós somente precisamos fazer a seguinte pergunta: Seria um determinado comportamento, um autêntico sinal do amor divino ou não? A união sexual possui uma “linguagem profética” porque ela proclama o próprio mistério de Deus. Mas o Papa acrescenta que precisamos ser cuidadosos em distinguir entre verdadeiros e falsos profetas. Se somos capazes de dizer a verdade com o corpo, também somos capazes de falar contra esta verdade.
A fim de serem “fiéis ao sinal”, os esposos precisam falar como Cristo fala. Cristo dá seu corpo livremente (”Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar”, Jo 10,18). Ele dá seu corpo sem reservas (”até o extremo os amou”, Jo 13,1). Ele dá seu corpo fielmente (”Eu estarei sempre convosco”, Mt 28,20). E ele dá seu corpo fecundamente (”Eu vim para que tenham vida”, Jo 10,10).
É com este amor que o casal se compromete no matrimônio. De pé ante o altar, o padre ou diácono pergunta a eles: “Vocês vieram aqui livremente e sem reservas para darem-se um ao outro em casamento? Vocês prometem ser fiéis até a morte? Vocês prometem receber com amor os filhos que Deus vos der?” Então, tendo concordado em amar como Cristo ama, o casal é destinado a encarnar tal amor em sua relação sexual. Em outras palavras, a união sexual é destinada a ser o lugar onde as palavras dos votos matrimoniais “se tornam carne”.
Quão saudável seria um casamento se os esposos, ao invés de encarnar seus votos, fossem regularmente infiéis aos mesmos, regularmente falando contra eles? Aqui reside a essência do mal da contracepção. O desejo de evitar uma gravidez (quando há razões suficientes para isso) não é o que corrompe o comportamento dos esposos. O que corrompe o sexo acompanhado de contracepção é a escolha específica de tornar estéril uma união potencialmente fértil. Isto torna o sinal do amor divino um “contra-sinal”.
O amor divino é generoso; ele gera. E, para tornar mais simples, é por isso que Deus nos deu genitais – para capacitar os esposos a refletir em seus corpos (a “encarnar”) uma versão terrena de seu amor livre, total, fiel e fecundo. Quando os esposos escolhem usar contracepção – isto é, quando eles adulteram voluntariamente o potencial criativo de sua união – eles se tornam “falsos profetas”. Seu ato sexual continua “falando”, mas ele nega o vivificante amor de Deus.
Mas, é possível a paternidade responsável sem ferir a moral católica? A resposta pode ser encontrada na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, que também enfoca a necessidade de cada casal formar sua consciência, sempre sob a orientação do magistério da Igreja. É o dever de cada casal aplicar estes princípios básicos em suas situações particulares.
Os esposos sabem que no dever de transmitir e educar a vida humana que deve ser considerado como a sua missão específica , eles são os cooperadores do amor de Deus Criador e como que os seus intérpretes. Desempenhar-se-ão, portanto, desta missão com a sua responsabilidade humana e cristã; com um respeito cheio de docilidade para com Deus, de comum acordo e com esforço comum, formarão retamente a própria consciência, tendo em conta o seu bem próprio e o dos filhos já nascidos ou que prevêem virão a nascer, sabendo ver as condições de tempo e da própria situação e tendo, finalmente, em consideração o bem da comunidade familiar, da sociedade temporal e da própria Igreja. São os próprios esposos que, em última instância, devem diante de Deus, tomar esta decisão. Mas, no seu modo de proceder, tenham os esposos consciência de que não podem proceder arbitrariamente, mas que sempre se devem guiar pela consciência, fiel à lei divina, e ser dóceis ao Magistério da Igreja, que autenticamente a interpreta à luz do Evangelho. Essa lei divina manifesta a plena significação do amor conjugal, protege-o e estimula-o para a sua perfeição autenticamente humana. Assim, os esposos cristãos, confiados na divina Providência e cultivando o espírito de sacrifício, dão glória ao Criador e caminham para a perfeição em Cristo quando se desempenham do seu dever de procriar com responsabilidade generosa, humana e cristã. Entre os esposos que deste modo satisfazem à missão que Deus lhes confiou, devem ser especialmente lembrados aqueles que, de comum acordo e com prudência, aceitam com grandeza de ânimo educar uma prole numerosa.
No entanto, o matrimônio não foi instituído só em ordem à procriação da prole. A própria natureza da aliança indissolúvel entre pessoas e o bem da prole exigem que o mútuo amor dos esposos se exprima convenientemente, aumente e chegue à maturidade. E por isso, mesmo que faltem os filhos, tantas vezes ardentemente desejados, o matrimônio conserva o seu valor e indissolubilidade, como comunidade e comunhão de toda a vida. [5]
Diz ainda, o Catecismo da Igreja Católica:
A continência periódica, os métodos de regulação da natalidade baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos respeitam o corpo dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má “toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento de suas conseqüências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação” (CIC 2370).
Importante que se ressalte que a fim de que a paternidade seja “responsável”, a decisão de evitar a união sexual durante o período fértil ou a decisão de se entregar à união sexual durante o período fértil não pode ser motivada pelo egoísmo.
Se um casal está em dúvida quanto às suas razões e práticas, é certamente recomendável procurar um sábio aconselhamento, de preferência com um sacerdote. Mas a responsabilidade da decisão recai, em última instância, sobre o casal.
Da mesma forma quando o assunto se volta para as práticas sexuais: o importante não é ficar classificando práticas (isso pode, isso não pode), mas se ter a noção do que é essencial: a abertura à vida, e a indissociabilidade dos dois fins da união sexual entre um homem e uma mulher que se amam, se respeitam, se entregam – não usam o corpo do outro de forma egoísta para obter satisfação.
Listamos abaixo alguns tópicos que são objeto de dúvidas recorrentes entre nossos leitores, através do “fale conosco”, a fim de ajudar nossos leitores a aplicar os princípios acima abordados.
Sexo Oral X Carícia Oral.
No chamado “sexo oral”, a finalização ocorre de forma e em lugar antinatural, desvirtuando o ato, dissociando o fim unitivo do procriativo, pelo que é, em si, moralmente ilícito.
Já as carícias orais são feitas com a boca no corpo do cônjuge, como preliminares. A finalização do ato, no entanto, ocorre de forma e no lugar natural. Poderão ser moralmente lícitas, se combinadas com todo o contexto da união sexual abordado anteriormente. Tais carícias são espécie do gênero ato incompleto, que é definido pelo moralista Del Greco como segue:
Os atos incompletos. Podem ser, por exemplo, os atos imperfeitos de luxúria (beijos, abraços, toques, olhares, etc.), os quais dispõem os cônjuges ao ato conjugal.
a) Se se referem ao ato conjugal no sentido de constituirem preparação para este, sãpo sempre permitidos, quer no próprio corpo, quer no corpo da outra parte.
Devem, porém evitar os cônjuges que de tais atos por serem muito prolongados resulte uma polução, ainda que não voluntária.
Pornografia.
Antes de abordar diretamente o caráter imoral da pornografia, relevante mencionar que, uma vez que a sexualidade humana é facilmente ‘condicionada’, quando alguém se acostuma a se ‘excitar’ de um certo modo, com o passar do tempo, tende a necessitar desse estímulo particular. O uso constante de pornografia pelo casal tem esse efeito de reforçar a atitude de usar o corpo da outra pessoa para o próprio prazer, e não mais ver o outro como uma pessoa completa: corpo, alma e espírito. A relação pode descambar para uma espécie de sessão masturbatória em conjunto, com o corpo do outro como instrumento.
Além e independentemente disso, a pornografia é uma prática imoral, de vez que se vale da imoralidade alheia. Homens e Mulheres nus, relações sexuais explícitas na frente das câmeras – usando uns aos outros, sem serem casados, e, mesmo que os atores sejam casados, numa falta de pudor – são pecados. Como pode o cristão pretender excitar-se com o pecado alheio, ser indiferente ao fato de que pessoas vão para o inferno, e até mesmo realizar-se com isso?
O Catecismo da Igreja Católica é bem claro: “A pornografia consiste em retirar os atos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros, para exibi-los a terceiros, de maneira deliberada. Ela ofende a castidade, porque desnatura o ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito. Mergulha uns e outros na ilusão de um mundo artificial. É uma falta grave. As autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de materiais pornográficos”. (CIC §2354).
Por fim, além de ser um grave pecado e levar ao vício, a pornografia intensifica a vontade de buscar só a própria satisfação, ao invés de servir a outra pessoa, indo contra a dignidade do ato conjugal.
O casal católico deve abster-se de toda e qualquer prática que atente contra a dignidade do ato conjugal. Em síntese: Uma relação sexual entre um casal casado, mas em que os cônjuges, ao invés de se unirem em uma entrega real, somente usam o corpo do outro como mero objeto e instrumento de prazer, mesmo que esteja “dentro dos conformes”, ou seja, finalização do sexo da forma e no local natural, sem o uso de métodos contraceptivos, é uma mera masturbação a dois, tão ilícita quanto.
Como adequar a prática sexual à moral católica, no caso de uma conversão tardia? A resposta vem do Conselho Pontifício para a Família:
Os esposos cristãos são testemunhas do amor de Deus no mundo. Devem, portanto, estar convencidos, com a ajuda da fé e até contra a experimentada fraqueza humana, que, com a graça divina, é possível observar a vontade do Senhor na vida conjugal. O recurso freqüente e perseverante à oração, à Eucaristia e à Reconciliação é indispensável para ter o domínio de si.[7]
Alguns católicos decidem arriscar-se, ir bem próximo dos limites, brincar com fogo. Fica a lição bíblica:
“Porventura pode alguém esconder fogo em seu seio sem que suas vestes se inflamem? Pode caminhar sobre brasas sem que seus pés se queimem?” (Provérbios 6, 27-28)
[1] WEST, Christopher. Uma Teologia Básica do Casamento. Tradução de Fabrício Ribeiro. Disponível em :http://www.teologiadocorpo.com.br/Home/artigos/uma-teologia-basica-do-casamento
[2] Homilia na Festa da Sagrada Família, 30 de dezembro de 1988.
[3] MARIA, Julie. Conferência no I Congresso Internacional de Vida e Família (2008). Disponível em :http://pt.almas.com.mx/almaspt/artman2/publish/Teologia_do_Corpo_primeira_catequese_de_Jo_o_Paulo_II.php
[4] WEST, Christopher. Deus, Sexo e Bebês: O que a Igreja realmente ensina sobre paternidade responsável. Tradução de Fabrício Ribeiro. Disponível em:http://www.teologiadocorpo.com.br/Home/artigos/deus-sexo-e-bebes-o-que-a-igreja-realmente-ensina-sobre-paternidade-responsavel
[5] Gaudium et Spes, nº 50 - http://www.veritatis.com.br/article/2669
[6] DEL GRECO, Pe. Teodoro Torre. Manual de Teologia Moral. Ed. Paulinas, 1958, p. 748.
[7] CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A FAMÍLIA: VADEMECUM PARA OS CONFESSORES SOBRE ALGUNS TEMAS DE MORAL RELACIONADOS COM A VIDA CONJUGAL, Nº 3, ITEM 15.
Fonte:
TOSTA, Maite. Apostolado Veritatis Splendor: SEXUALIDADE NO MATRIMÔNIO. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5992. Desde 08/09/2009

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Solenidade de Todos os Santos




1° de Novembro - Solenidade de Todos os Santos - Vale a pena ser Santo...

Muitas vezes pensamos que a santidade consiste num período de lutas, onde, chegará um determinado dia onde conseguiremos vencer a nós mesmos de vez e não cairemos mais na tentação da carne, ou na cilada do demônio... PURA ILUSÃO!

Na verdade a santidade cristã consiste numa eterna luta - ao menos enquanto durar nossa vida terrena - contra o mundo, contra o inimigo e contra nós mesmos. Aparenta as vezes que esta é uma luta desigual... mas, Deus é a nosso favor! Deus, combate por nós! "Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos! 

Irmãos, a mensagem de hoje é a seguinte: Não tenhamos medo da luta; pois, somente a partir dos frutos advindos dela é que nos encontraremos com o Senhor!

Força e Coragem. Deus abençoe a Todos!!!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A Urgência da Paz



Factualmente, a Igreja sempre foi defensora da Paz. Ontem, o Santo Padre, repetindo a iniciativa do Beato João Paulo II, refletiu com 300 líderes religiosos, de 50 países, sobre a importância da Paz, e o papel das Religiões na implantação dessa no mundo.

Muito belo tudo isso; todavia, permanece presente uma pergunta: O que é a Paz?

Pensamos muitas vezes a Paz como algo de natureza passiva, que se dirige a nós do exterior para o interior. Todavia, na concepção judaico-cristã, Paz tem uma referência mais profunda à atividade que à pacificidade. A Paz não provém de uma atitude de tranquilidade, de ausência de ação, pelo contrário, a Paz que Cristo veio trazer é uma Paz construída ativamente.

O conceito Paz provém da palavra hebraica Shalom, que reflete, em primeira instância, não apenas a Paz como ausência de conflitos, mas a Paz como inteireza, completude. Nesse aspecto, a Paz só será alcançada a partir da união fraterna dos irmãos, no sentido da construção ativa da Paz.

Parabéns Santo Padre, pela coragem nessa iniciativa. Que todos nós, cristãos e homens de boa vontade, nos unamos na construção da Paz.

Deus abençoe a todos!

Sentido da Vida



Achei interessante a charge. Será que reflete alguma situação de nossas vidas??!!

Deus abençoe!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Dignidade Humana, uma questão fundamental



Para iniciar a temática do Blog sem polemizar (não se preocupe amigo leitor, as polêmicas virão...rs) trabalhar-se-á nesse tópico a respeito do valor da Vida Humana.

Em nossos dias, existem diversas preocupações, entre elas: o que vestir, o que comer, onde morar, estudar que área, trabalhar onde, etc; todavia, não existe uma grande preocupação com o fator gerador de todas as preocupações anteriores, isto é, a Vida Humana. Atesta-se esse fato, quando encontramos, na saída de um shopping, pessoas passando necessidades, implorando pela sua dignidade.

Atualmente, é muito comum ao falar de dignidade da pessoa humana, de valor dessa mesma vida, levar nosso pensamento à questão do Aborto; porém, é necessário perceber (e aqui está a nossa maior dificuldade), que o problema não começa no Aborto, o aborto é sua principal expressão, não sua raiz!

A grande questão presente nesse tema é: não damos o valor que a Vida tem. O Catecismo da Igreja Católica, no número 364, diz: "O corpo do homem participa da dignidade da "imagem de Deus": ele é corpo humano
precisamente porque é animado pela alma espiritual, e é a pessoa humana inteira que está destinada a
tornar-se, no Corpo de Cristo, o Templo do Espírito".

O que a Igreja quer dizer ao referir-se de que o "corpo do homem participa da dignidade da 'imagem de Deus'"? 

Particularmente, percebo que a chave da questão da dignidade humana está totalmente ligada com o fator da origem do homem, ou seja, se não for dado o valor de "imagem de Deus" ao ser humano, não será possível respeitá-lo em sua totalidade. 

Nada contra aos fundamentos da Teoria Darwiniana, todavia, dar ao homem uma origem símia, do macaco, tirou, de certo modo, o cuidado devido ao semelhante, pois, se somos animais, o mais forte deve sobreviver. Na verdade vemos cenas desse tipo todos os dias. Os mais espertos, os mais preparados (os mais desonestos muitas vezes), vencem, enquanto aquele simples, além de não saber se defender, não tem quem o defenda.

É preciso aos cristãos devolver ao homem seu caráter de Imagem de Deus, e restaurar a inviolabilidade da Vida Humana. 

Deus nos permita continuar o tema em posts posteriores, afinal de contas, tenho outras coisas para fazer no seminário.

Deus abençoe a todos. Ajudem a divulgar o blog. Um abraço!!!

Fator Motivacional

Decidi postar a mensagem do Santo Padre que motivou a criação desse blog. Segue:





MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA O 45º DIA MUNDIALDAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS 
Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital
5 de Junho de 2011

Queridos irmãos e irmãs!
Por ocasião do XLV Dia Mundial das Comunicações Sociais, desejo partilhar algumas reflexões, motivadas por um fenómeno característico do nosso tempo: a difusão da comunicação através da rede internet. Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais. As novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão.
Aparecem em perspectiva metas até há pouco tempo impensáveis, que nos deixam maravilhados com as possibilidades oferecidas pelos novos meios e, ao mesmo tempo, impõem de modo cada vez mais premente uma reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital. Isto é particularmente evidente quando nos confrontamos com as extraordinárias potencialidades da redeinternet e a complexidade das suas aplicações. Como qualquer outro fruto do engenho humano, as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira. Usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano.
No mundo digital, transmitir informações significa com frequência sempre maior inseri-las numa rede social, onde o conhecimento é partilhado no âmbito de intercâmbios pessoais. A distinção clara entre o produtor e o consumidor da informação aparece relativizada, pretendendo a comunicação ser não só uma troca de dados, mas também e cada vez mais uma partilha. Esta dinâmica contribuiu para uma renovada avaliação da comunicação, considerada primariamente como diálogo, intercâmbio, solidariedade e criação de relações positivas. Por outro lado, isto colide com alguns limites típicos da comunicação digital: a parcialidade da interacção, a tendência a comunicar só algumas partes do próprio mundo interior, o risco de cair numa espécie de construção da auto-imagem que pode favorecer o narcisismo.
Sobretudo os jovens estão a viver esta mudança da comunicação, com todas as ansiedades, as contradições e a criatividade própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida. O envolvimento cada vez maior no público areópago digital dos chamadossocial network, leva a estabelecer novas formas de relação interpessoal, influi sobre a percepção de si próprio e por conseguinte, inevitavelmente, coloca a questão não só da justeza do próprio agir, mas também da autenticidade do próprio ser. A presença nestes espaços virtuais pode ser o sinal de uma busca autêntica de encontro pessoal com o outro, se se estiver atento para evitar os seus perigos, como refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual. Na busca de partilha, de «amizades», confrontamo-nos com o desafio de ser autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artificialmente o próprio «perfil» público.
As novas tecnologias permitem que as pessoas se encontrem para além dos confins do espaço e das próprias culturas, inaugurando deste modo todo um novo mundo de potenciais amizades. Esta é uma grande oportunidade, mas exige também uma maior atenção e uma tomada de consciência quanto aos possíveis riscos. Quem é o meu «próximo» neste novo mundo? Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo «diferente» daquele onde vivemos? Temos tempo para reflectir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras? É importante nunca esquecer que o contacto virtual não pode nem deve substituir o contacto humano directo com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida.
Também na era digital, cada um vê-se confrontado com a necessidade de ser pessoa autêntica e reflexiva. Aliás, as dinâmicas próprias dos social network mostram que uma pessoa acaba sempre envolvida naquilo que comunica. Quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais. Segue-se daqui que existe um estilo cristão de presença também no mundo digital: traduz-se numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro. Comunicar o Evangelho através dos novos midiasignifica não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele. Aliás, também no mundo digital, não pode haver anúncio de uma mensagem sem um testemunho coerente por parte de quem anuncia. Nos novos contextos e com as novas formas de expressão, o cristão é chamado de novo a dar resposta a todo aquele que lhe perguntar a razão da esperança que está nele (cf. 1 Pd 3, 15).
O compromisso por um testemunho do Evangelho na era digital exige que todos estejam particularmente atentos aos aspectos desta mensagem que possam desafiar algumas das lógicas típicas da web. Antes de tudo, devemos estar cientes de que a verdade que procuramos partilhar não extrai o seu valor da sua «popularidade» ou da quantidade de atenção que lhe é dada. Devemos esforçar-nos mais em dá-la conhecer na sua integridade do que em torná-la aceitável, talvez «mitigando-a». Deve tornar-se alimento quotidiano e não atracção de um momento. A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objecto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre. Mesmo se proclamada no espaço virtual da rede, aquela sempre exige ser encarnada no mundo real e dirigida aos rostos concretos dos irmãos e irmãs com quem partilhamos a vida diária. Por isso permanecem fundamentais as relações humanas directas na transmissão da fé!
Em todo o caso, quero convidar os cristãos a unirem-se confiadamente e com criatividade consciente e responsável na rede de relações que a era digital tornou possível; e não simplesmente para satisfazer o desejo de estar presente, mas porque esta rede tornou-se parte integrante da vida humana. A web está a contribuir para o desenvolvimento de formas novas e mais complexas de consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada. Somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé: que Cristo é Deus, o Salvador do homem e da história, Aquele em quem todas as coisas alcançam a sua perfeição (cf. Ef 1, 10). A proclamação do Evangelho requer uma forma respeitosa e discreta de comunicação, que estimula o coração e move a consciência; uma forma que recorda o estilo de Jesus ressuscitado quando Se fez companheiro no caminho dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), que foram gradualmente conduzidos à compreensão do mistério mediante a sua companhia, o diálogo com eles, o fazer vir ao de cima com delicadeza o que havia no coração deles.
Em última análise, a verdade que é Cristo constitui a resposta plena e autêntica àquele desejo humano de relação, comunhão e sentido que sobressai inclusivamente na participação maciça nos vários social network. Os crentes, testemunhando as suas convicções mais profundas, prestam uma preciosa contribuição para que a web não se torne um instrumento que reduza as pessoas a categorias, que procure manipulá-las emotivamente ou que permita aos poderosos monopolizar a opinião alheia. Pelo contrário, os crentes encorajam todos a manterem vivas as eternas questões do homem, que testemunham o seu desejo de transcendência e o anseio por formas de vida autêntica, digna de ser vivida. Precisamente esta tensão espiritual própria do ser humano é que está por detrás da nossa sede de verdade e comunhão e nos estimula a comunicar com integridade e honestidade.
Convido sobretudo os jovens a fazerem bom uso da sua presença no areópago digital. Renovo-lhes o convite para o encontro comigo na próxima Jornada Mundial da Juventude em Madrid, cuja preparação muito deve às vantagens das novas tecnologias. Para os agentes da comunicação, invoco de Deus, por intercessão do Patrono São Francisco de Sales, a capacidade de sempre desempenharem o seu trabalho com grande consciência e escrupulosa profissionalidade, enquanto a todos envio a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, Festa de São Francisco de Sales, 24 de Janeiro de 2011.

Post Inaugural



Irmãos, a Graça e a Paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.

Está é a postagem de número 1 desse blog. Sou novo no assunto (rs), por isso, peço perdão por eventuais erros e dificuldades existentes na dinâmica inicial dele.

Para iniciar, gostaria de falar sobre o porquê do blog chamar-se "Do Ventre do Peixe". Eu sempre quis muito atender, ainda como seminarista, ao chamado que o Santo Padre fez, de evangelizar através das novas mídias.

A questão é: os meios de comunicação podem muitas vezes serem cruéis, pois não é possível um dialogo ao expor as idéias, apenas contar com o entendimento de quem lê a postagem. Por isso, fez-se necessário a não exposição da minha identidade. Em verdade, o mais importante aqui é a evangelização e não os créditos...

Continuando, tive a ideia de criar um blog, inspirado por uma amiga da faculdade, e ao deparar-me com o site de criação do mesmo, não tinha nenhum nome para dar a esse novo instrumento de evangelização. Rezei alguns breves instantes e pedi uma Palavra ao Senhor. Este, que nunca despreza uma necessidade de seus filhos, deu-me uma Palavra da Profecia de Jonas. Ao fitar os olhos no texto, deparei-me com uma expressão (totalmente propícia para a minha situação atual) que dizia: "Do ventre do peixe, Jonas dirigiu essa oração"...

Desse modo, fica explicado o nome desse blog.

Seu objetivo será sempre evangelizar. Para isso, falaremos sobre diversos temas, sejam eles: Liturgia, Juventude, Sexualidade, Missionariedade, ou qualquer outro tema que seja oportuno.

Agradeço a Deus essa oportunidade, e peço que Ele, que fez o chamado, faça dar bons frutos à resposta!!! E que a Virgem Maria sempre interceda por esse apostolado.

Deus abençoe a todos.